sábado, 26 de janeiro de 2019

Por que eu desisti de ter alguém.



Há um tempo, onde eu ainda me deixava alimentar por alguma pureza e inocência, eu lembro que eu deseja muito ter uma namorada. 
Eu me imaginava com ela de mãos dadas. Eu tinha em minha mente algo desprovido de tempestades. 
Alguns anos passaram e eu obtive o que eu desejei anos atrás. 
Eu sentia falta dela, eu queria estar com ela. Uma vez fiquei duas semanas sem vê-la e, quando finalmente... eu pude abraça-la novamente, foi a melhor coisa que eu pude sentir em anos. (passados e agora) 

Não nego que nessa época eu estava nas minhas melhores condições mentais. Eu estava totalmente propicio a da e receber amor. Eu tinha apenas dezessete anos. 
Enfim...acabou, como tudo acaba, obviamente. Poderia ter acabado melhor se não fosse minha imaturidade em lidar com o básico de uma relação saudável. 

Depois do fim desse relacionamento, eu fiquei um tempo sem alguém, eu sentia algo como um bloqueio...eu até conhecia alguma outras meninas, mas sem muito empenho. 
Até que consegui namorar de novo, sabe-se lá como. E mais uma vez eu só o fiz porque estava num momento bom, onde eu tive coragem de arriscar isso. 
Então assim eu o fiz... E essa porra de namoro foi conturbado do início ao fim. E nessa época eu já estava mais adulto. A minha paciência estava se esvaindo. Eu não soube lidar com praticamente nada. Eu não vou culpa-la totalmente por tudo que aconteceu, afinal, estamos falando de mim, o cara que mais erra. Mas o ponto não é esse! 

Esse contexto todo, sem entrar em muito detalhe, é importante. 

Já estou um tempo só. E minha "vontade" de relacionar com alguém, é pura e simplesmente pela minha natureza. Não existe outra motivação. Acontece que eu tenho um certo controle sobre isso. A minha cabeça simplesmente consegue barrar isso em mim. A cabeça de baixo precisa de alguém, eu não. Minha natureza quer procriar, mas eu...NEM FODENDO, MEU AMIGO.
A ideia de ter alguém me soa um absurdo. A ideia de ter uma família, de ter filhos....isso me causa arrepios e fode com meu estômago (que por sinal já é todo estourado). 
Eu sempre tive um pouco de medo dessas coisas, mas antigamente eu tinha um certa vontade de arriscar, a minha cabeça não me travava tanto, eu era mais novo, tinha menos experiência. 
Mas daí você pode se perguntar. Quanto mais vive, mais experiência você pode ter, e quem sabe errar menos. Sim, é isso. O problema é que eu também fui ficando mais duro, e mais INSEGURO. A auto estima é simplesmente nula. 

Não me acho feio, não me acho uma pessoa ruim, tão despreparada, nem nada do tipo. Por outro lado...nada é suficiente pra suprir algumas coisas. Eu não vou conseguir levar um relacionamento de forma saudável. 

Eu também tenho alguns problemas. Eu não consigo ser intenso. Eu tenho dificuldades para sentir saudade de pessoas, e na maior parte do tempo eu quero ficar sozinho. 
Então eu decido continuar no escuro, eu escolho sempre onde terá menos ônus (por que às vezes o bônus não é suficiente nem pra pôr na balança). Escolho a decisão onde essa irá pesar menos na minha cabeça. Vou continuar sem me esfregar em alguém, e sem nenhuma perspectiva de encontrar alguém legal (essa parte também é difícil).
Aquela sensação de transar por transar é pior do que aquela que quando você leva um pé na bunda de alguém que você estava prestes a gostar. 
A sensação de ceder pro lado macaco da coisa não é uma opção. Nunca será. Às vezes em que eu quebrei isso...bom, não foi legal. 

Sinto muito, meu pau, mas você não terá algo só por prazer momentâneo. E eu não vou ceder ao pouco racionalismo que eu possuo em busca de perder a pouca paz que já tenho. É melhor se abster de algumas coisas em prol da saúde. 

Agora o fato de eu imaginar minhas mãos dadas com alguém chega a ser doloroso. Não consigo sequer pintar essa imagem em meus pensamentos, quando eu o faço, já logo vem uma borracha e apaga tudo. 
É um pouco dramático como soa tudo isso, porém é assim que é...

Um comentário:

  1. Você fala sobre dar as mãos, e isso me faz pensar em Wall-E.
    O sexo nem faz sentido se não for motivado por um carinho, uma motivação de admiração e desejo não meramente carnal, pelo menos não para mim (e os outros demissexuais). Mas também é algo que não acontece com naturalidade, o viver sem. Vc fala sobre a "natureza" do desejo, mas acho que essa é só a percepção da sombra do que restou daquele desejo inicial, puro e simples, de ter alguém no mundo, um porto seguro a quem dar as mãos e compartilhar as alegrias e tristezas da vida. Parece muito ingênuo acreditar, com tantas decepções, que um dia alguém possa chegar sem trazer junto o medo da partida.
    Mas o doce não é tão doce a quem nunca provou o amargo.
    Hang in there S2

    Liv.

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