Exigir que
as coisas estivessem boas sem
Quase nenhum
esforço, é, no mínimo, incoerente.
As coisas
parecem se encaixar num vazio constante, onde sua vida se choca com o passado,
e as escolhas péssimas que você fez tem um peso grande, maior até que os pensamentos
de desistência.
Por alguns
segundos parece fazer sentido. Tudo fica pequeno, fica mastigado, fica fácil de
entender, mas nada é mais forte que a realidade. E a vida me encarcera, e os
olhos só conseguem enxergar o óbvio.
As pessoas,
em sua maioria, exigem que você seja uma máquina, que você responda em questão
de milésimos.
Enxergam-nos
com macacos de capacete.
Você só se
torna humano quando devolve o troco errado, pro valor maior, é claro.
Essa
correria nojenta a troco de nada, quer dizer... a troco de alguns trocados,
aqueles mesmos que compram suas coisas,
minhas coisas.
Esse eterno
ciclo que não cessa, esse maldito vicio!
É isso. Viva
esse estilo de vida, ou vá, sei lá, vender coco na praia, vá correr pra algum
lugar “mais seguro”.
O lá fora
parece não se importar, as horas vão continuar a rodar, levando sua vida pro
mesmo buraco.
A
insistência que carrega pro mesmo destino. A teima em pisar no mesmo calo,
andar nas mesmas ruas, os mesmos caminhos tortos.
Os
pensamentos que destroem qualquer possibilidade de ter algum tipo de esperança.
A vida que você tinha, essa acabou. Acorde. Ah, se fosse fácil assim, eu até
pagava pra ter...
Aqueles
trocados estão desesperados para te deixar. Assim como você deixou sonhos para
trás, coisas importantes a fazer, e tudo que realmente importa, sei lá, fica
pra décimo plano.
Quando isso
tudo acabar, já vai ter dado a hora de mais arrependimentos.
Aquela porta
que custava abrir para você, se torna alvo fácil. Depois de anos, as coisas
amolecem, seu coração está mais podre, seus olhos mais cansados, e tudo que era
cinza, ficou ainda mais cinza.
As palavras
podem parecer um pouco genéricas, mas que se dane, às vezes o que vem de dentro
tem de ser assim. Tem de ser vomitado, expelido, cuspido, sangrado, tem que ser
violento...
O choque que
é causado, firma bem lá dentro. Alguns anos se passam, e se for ver, tudo está
na mesma.
Sabe aquelas
vontades loucas, aquelas coisas que você sempre quis fazer, sempre teve em
mente, mas não o fez por bobagem, pois é...elas vão morrer. Elas vão morrer.
Eu quis
afundar meus pés na areia, eu quis nada naquele rio fundo. Eu desejei estar
morto para ver como é.
Ver os
pensamentos indo embora, o descanso chegando. Mas é pouco. Por que não ter isso
em vida?
As lágrimas
secaram. Eu levei comigo algum tipo de frieza. Frieza desnecessária, mas não
forçada.
O mundo em
volta, cheio de possibilidades. E eu, você, quase todo mundo rodando pro mesmo
lugar.
“Ciranda,
cirandinha, vamos todos cirandar...”
Quem chegar
por último, será a mulher do padre. Deus me livre disso.
Sensação de
dever cumprido. Subi de cargo. Agora vou ser mais filho da puta, ou então vou
ser mais um filho da puta na mão de algum puto.
O limite não
é o céu. O limite sabe se lá do que trata. Tudo é tão imenso para se atingir
algum limite.
Era bom
brincar, fingir ser rico. Fingir ser alguém de verdade. Sem máscara, sem as
malditas mentiras, sem ter de justificá-las, pois queria ser livre. Livre, isso
todo mundo era...
Não pode ser tão ruim assim, ruim é não ter
resultados com tentativas verdadeiras.
O buraco
sempre existiu, mas quem ligava para isso?
Merda. Muita
merda rola.
Bola de
neve, é isso no que tudo se transforma.
Quando o mal
não é cortado pela raiz, quando apenas pequenos curativos são feitos para
tratar coisas mais graves. Tudo vem a tona.
Ninguém está
livre. Jamais estará depois de algum tempo.
Volte de
férias, você tem trabalho a fazer.


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