Pra quem não sabia nem andar direito, via o mundo cor de
rosa.
Pulava...e pensava ser o dono de tudo.
Queria as coisas simples, não entendia a complexidade, mas
só queria fugir do “senso comum”.
Imaginava matando meio mundo em prol de algo maior. E matava...
Nas suas veias corria um
espírito aventureiro, acreditava em “energias conspiratórias”...
Pois agora ele está sentado de frente pro rio, e tem lá seus
quase trinta anos.
Divagando sobre a realidade na qual está inserida, na
realidade que nunca deixou de existir.
Foram anos camuflando com soberba sobre tudo que acontecia.
De um lado era a tal verdade, de outra um falso alivio por ter saído ileso, mas
sequer havia perigo.
O bolo está coberto de vícios, não é tão doce, e quando é
amargo, é mais amargo...
Comparação em sua mente o faz
querer correr, mas já houve outras situações nas quais ele queria correr, e o
que ele fez? Correu! Correu pro lado errado.
Às vezes... imagino um deserto ao meu lado, onde morro de
sede, onde eu peço por água.
Às vezes... imagino me afogando num oceano, e meus pulmões
quase explodindo.
Às vezes... me imagino respirando melhor...
Às vezes me imagino na fumaça de
algum cigarro, onde vou desaparecendo aos poucos.
Crio uma ligação com meu imaginário, mas ele é feito apenas
de suposições: não existe...e nunca vai existir.
A fantasia que se foi... a cor
que antes era a lápis, agora é a caneta.
Saber deixar se levar. Encarar o fim como tal.
Sem expectativa. Sem drama. Sem concorrência consigo mesmo.
Onde é o limite disso tudo?
O que eu poderia fazer pra me desvencilhar dos vícios, da “pura”
necessidade?
O que eu poderia fazer para
respirar melhor?

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