Mas chegou o dia em que eu resolvo gastar pele nesse teclado. Talvez eu nem consiga expressar o que de fato se passa na minha cabeça, talvez não seja interessante. Mas acho que agora isso não é importante.
É inegável a sensação e a quase certeza que apenas estando morto para escapar da vida. Parece óbvio, mas o ponto é que...não, você pode fazer "n" coisas, nada vai te amparar na medida certa...a não ser que você enfie uma bala de ilusão inesgotável na cabeça.
Eu já vinha tocando nesse ponto antes de tentar deixar de ser um niilista estúpido. É, eu quis dar um tempo disso tudo, ligar o automático e deixar rolar. Até parece que ia funcionar. Portanto, eu não devo me tornar um cara que fica jogando a culpa simplesmente na merda que é existir. Eu não devo me tornar um cara em procurar "soluções fáceis" para fugir da realidade. Na verdade eu finco meus pés...eu fico a porra dos meus pés onde eu sei que não devo procurar atalhos para sair da confusão que é estar vivo.
A confusão na minha mente sempre me acompanhou, desde meus onze anos de idade. A medida que fui crescendo, fui percebendo que o buraco era mais embaixo. E a medida que se fica mais velho...bom, você cria uma casca, mas a cabeça continua cansada...
A conformidade tem um limite. O mesmo vale em se achar um inútil. Provavelmente pra alguém você não é um zero a esquerda, mas é que sempre falta alguma coisa... e talvez essa coisa que falte já se perdeu em algum tempo onde você apenas lamentava, ou então ela está por vir, ou nem exista: e é ai o ponto.
Trabalhar com o fato de que algumas coisas que eu buscava não existe, é perceber o quanto de tempo eu perdi com ilusões, superficialidades.
Para os dias parecerem menos desgastantes, eu criei um "método" que serviu por um bom tempo. Contar o tempo...de duas em duas horas, até chegar num ponto onde eu possa buscar um pequeno sossego, que é deitar na minha cama e olhar para o teto: um silêncio que eu não tenho na rua, no local de trabalho...
Mas as vezes a cabeça é tão estranha, que simplesmente do nada eu "apago", e sinto uma paz inexplicável, coisa de poucos minutos, e é só nesse momento que eu sinto alguma honestidade dentro de mim...é como se o tempo não importasse. É como se tudo fosse embora. É meu nível mais alto de sobriedade. Infelizmente isso acontece só umas duas ou três vezes ao ano. O resto do sossego eu preciso buscar, filtrando tudo aquilo que me chateia, tudo aquilo que eu odeio, como todo mundo.
Eu costumo dizer que isso é um bug da minha mente. Algo dentro de mim se desliga, posso até estar num momento bem ruim da minha vida, essa coisa supera toda ruindade. Eu consigo buscar algo parecido com isso em alguns sonhos, mas nem lá é tão forte assim, nem no melhor sonho do mundo. É algo perdido nas trevas da minha mente. Sei lá, um dia não vou obter mais isso...mas tudo bem, eu não conto muito com isso.
A foto que vou deixar junto com essa publicação é um exemplo de como as coisas caminham dentro de mim e como eu exponho isso pra fora.
E não, não quero morrer, é tudo sobre cansaço e sobre como é imaginar que tudo vai piorar...Na "praticidade" de existir, o que eu posso continuar fazendo, é tirar proveito de todo momento de sossego que eu tenho, mesmo que pouco...nunca vai sair disso. Não tem como pular certas fases da vida. E eu sei, coisas ruins precisam acontecer, ELAS PRECISAM ACONTECER...

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