Aniversário, menos um ano.
A medida que o tempo vem de encontro com sua face, mais
temor e alivio alguns sentem.É um alivio em saber que o pó se aproxima. Temor
por não saber se esse pó virá com dor.
Ainda lembro-me de certo aniversário surpresa que eu tive...Naquela
época eu não teorizava sobre a existência na mesma amplitude que agora. Naquele
tempo eu entendia tudo como uma evolução, hoje eu entendo tudo como vida.
Ainda fico surpreso de como eu vim parar onde estou. Com
toda certeza não é uma coisa agradável que me faça querer brindar com guaraná.
Felicitações pra mim são indiferentes. Mas existem aquelas que são feitas por praxe,
são um grande pé no saco, uma obrigação social que todos precisam cumprir.
Ai vem aqueles desejos copiados de algum site de frases,
onde o dono provavelmente lê livros de auto ajuda.
Há também a parte boa, aquela parte que respeita sua
indiferença.
Mas não questiono a veracidade de algumas palavras, algumas vêm
de sentimentos bons, claro. Mas também não é necessário criticar em demasia
palavras vazias, porque ali você já identifica alguém que não deve comer um
pedaço de bolo.
Não há como estender sobre assunto. As vezes aniversário
parece só mais uma motivo para reunião, festa...sei lá, coisas que fazemos para
nos sentirmos menos ruim nesse mundo doente.
Eu não quero presente, eu não quero ser paparicado. Eu não
quero que cantem parabéns pra mim, porque eu mesmo não o faria, em
hipótese alguma.
Menos um ano. E chegando aos trinta. Puta que me pariu.


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